Foto: Marie Bueno |
Uma performance em dança-teatro baseada num fato real na vida do intérprete/autor, que teve sua casa destruída e sua história invadida na véspera do natal. Um convite a uma poética doméstica e catastrófica: um quarto de banho, um quarto de nós, uma porção de cacos que deixam cicatrizes que não apagam memórias históricas. À tônica é transfigurar um corpo que tenta manter vivo a memória “do antes” no contraponto que grita a fragilidade do instante.
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INTRODUÇÃO
A fragmentação dos anseios do indivíduo cuja trajetória se rompe. As ruínas externas e internas deixadas num ambiente que não mais é receptivo.
O corpo, o som, a música, o grito no silêncio e o olhar para o nada.
Cacos na Pele é uma performance que percorre vários cômodos. Uma ambiência sonora permeia nos primeiros cômodos. No último espaço um músico/performer conduz a sonoridade em diálogo com o performer. O público acompanha o performer em todo o trajeto e interagem determinados momentos.
GÊNESE
Este momento do espetáculo vem propor não somente a mazela vivida pelo autor, mas trazer para discussão esse momento presente que hoje tão hostil temos vivido e que, às vezes, as notícias de longe não diferem de acontecimentos tão próximos. Como cidadãos nos colocamos inertes aos fatos? O quanto somos sugados por situações fora de nossos controles e manipulados sem direito a defesa. Uma obra crua com desesperança.
Normalmente a memória vivida no cotidiano é esquecida ao longo da nossa história, mas quando há uma memória traumática?
Como o corpo responde a essa fragilidade e permance na memória muscular? Cacos na Pele passeia pelo fato da perda de uma história que tenta deixar presente.
OLHARES SOBRE CACOS
A fatalidade, o rompimento poderia ter ocorrido em qualquer outra casa da rua, mas é, justamente, a de número 492, a que presenciava e acomodava o artista, que nos desacomoda em sua história de dor e passa a ser nosso esse drama, assim como a dramatização da tragédia pessoal do indivíduo- ator-personagem- autor Robson Jacqué. A cena final é trágica-escultural, é poeticamente dura, verdade crua, encontro com o real: um quarto de banho, um quarto de nós, uma porção de cacos com doses de dramáticas lembranças históricas: Holocausto, Pinheirinho, Rio Comprido, Litoral Norte- São Sebastião, Angra, Ilha Grande, Petrópolis, Teresópolis, Xerém, e tantos outros, até a próxima dose que a nós, será servida. Espetáculo para poucos, pois é preciso sustentar o próprio horror. Robson Jacqué sustenta. É viga, é coluna, e assim sustenta numa firmeza e coragem admirável, escorado em seus ombros, seus próprios e outros escombros humanos. Faz ranhura na pele, sangra, mas é daí também que vem sua liga que se conecta com a arte e nos une. Um trabalho de infinitos e necessários desdobramentos. Um espetáculo imperdível.
Andrea Mourao
Acelero mais o passo para chegar ao ponto, no qual distorço ligeiramente uma fala de Deleuze sobre Foucault: Robson Jacqué é um performer que procede por crises. Não acredito que um artista possa não ter crises, ele é sísmico demais. Sua produção não está envolvida simplesmente com um endereçamento, com a formação de um público ou o cumprimento de um prazo (com os fins da obra), mas antes de tudo ela urge nas inconformidades da vida. É elaborada em meio à desordem de um mundo transbordado, atravessa crises criativas para gerar uma existência indiscernível à obra de arte. E não seria o caso, agora, de falarmos de uma desobra de arte, na medida em que hoje a noção operativa já chega associada aos grandes monumentos, às rodovias e aos business buildings? ...ou arte e vida coincidindo num processo de individuação
A sobriedade com que Robson Jacqué – esse nome que nomeia uma Cia. – inventa possibilidades de vida, se apropriando de todos os destroços do ambiente ao redor para deles fazer uma extensão concreta do vestir- incorporar, um parangoplay, como bem se pode verouvir em CACOS NA PELE traços ressoantes com os conglomerados de Hélio Oiticica, é colaborativa para toda uma transformação ética/estética em curso. Pois que o artista, como poucos, reitera e atualiza com sua performance/instalação este axioma emergente: a revolução somos nós.
Tiago Cfer
FICHA TÉCNICA
Concepção e performance: Robson Jacqué Músico e performance: Rômulo Scarinni Sonoplastia: Akira Umeda
Iluminação: Bonny Ribeiro
Auxiliar de produção: William Prado
BREVE CURRÍCULO
Robson Jacqué
Coreógrafo/intérprete, performer e educador corporal. Seu trabalho propõe experiençiar a improvisação e a consciência corporal como um processo de pesquisa de movimento; preparação corporal para ator; direção de cena e criação de performance para diversos grupos artísticos desde 1989. Atua como solista e/ou em colaboração com outros artistas na Companhia Robson Jacqué. Com trabalhos realizados na Tailândia, Suíça e Brasil. Sua influência inclui Técnica do Movimento Consciente (Klauss Vianna), Método Laban, e estudos da dança contemporânea e teatro. Atualmente realiza preparação corporal e direção cênica para diversas companhias de teatro e dança do interior de São Paulo e é orientador de dança contemporânea da FCCR e em seu próprio espaço: Estúdio Corpo Cênico.
Rômulo Scarinni
Músico instrumentista e ator membro da Cia. Teatro do Rinoceronte e Teatro de Gravata.
Bonny Ribeiro
Ator, diretor, iluminador, assistente de direção e arte-educador. Integrante da companhia joseense Velhus Novatus
LEITURA DO SESC E LINK PARA COMPRA DO INGRESSO
Em Cacos na Pele, a Cia. Robson Jacqué realiza uma performance de dança e teatro, inspirada na própria vida do intérprete. Passando por vários espaços da unidade, Robson convida o público a refletir sobre o quanto somos sugados por situações fora de nossos controles e manipulados sem direito a defesa.
23/01 - Sábado - 20h00
Ingressos à venda: bit.ly/CacosnaPele
A fragmentação dos anseios do indivíduo cuja trajetória se rompe. As ruínas externas e internas deixadas num ambiente que não mais é receptivo.
O corpo, o som, a música, o grito no silêncio e o olhar para o nada.
Cacos na Pele é uma performance que percorre vários cômodos. Uma ambiência sonora permeia nos primeiros cômodos. No último espaço um músico/performer conduz a sonoridade em diálogo com o performer. O público acompanha o performer em todo o trajeto e interagem determinados momentos.
GÊNESE
Este momento do espetáculo vem propor não somente a mazela vivida pelo autor, mas trazer para discussão esse momento presente que hoje tão hostil temos vivido e que, às vezes, as notícias de longe não diferem de acontecimentos tão próximos. Como cidadãos nos colocamos inertes aos fatos? O quanto somos sugados por situações fora de nossos controles e manipulados sem direito a defesa. Uma obra crua com desesperança.
Normalmente a memória vivida no cotidiano é esquecida ao longo da nossa história, mas quando há uma memória traumática?
Como o corpo responde a essa fragilidade e permance na memória muscular? Cacos na Pele passeia pelo fato da perda de uma história que tenta deixar presente.
OLHARES SOBRE CACOS
A fatalidade, o rompimento poderia ter ocorrido em qualquer outra casa da rua, mas é, justamente, a de número 492, a que presenciava e acomodava o artista, que nos desacomoda em sua história de dor e passa a ser nosso esse drama, assim como a dramatização da tragédia pessoal do indivíduo- ator-personagem- autor Robson Jacqué. A cena final é trágica-escultural, é poeticamente dura, verdade crua, encontro com o real: um quarto de banho, um quarto de nós, uma porção de cacos com doses de dramáticas lembranças históricas: Holocausto, Pinheirinho, Rio Comprido, Litoral Norte- São Sebastião, Angra, Ilha Grande, Petrópolis, Teresópolis, Xerém, e tantos outros, até a próxima dose que a nós, será servida. Espetáculo para poucos, pois é preciso sustentar o próprio horror. Robson Jacqué sustenta. É viga, é coluna, e assim sustenta numa firmeza e coragem admirável, escorado em seus ombros, seus próprios e outros escombros humanos. Faz ranhura na pele, sangra, mas é daí também que vem sua liga que se conecta com a arte e nos une. Um trabalho de infinitos e necessários desdobramentos. Um espetáculo imperdível.
Andrea Mourao
Acelero mais o passo para chegar ao ponto, no qual distorço ligeiramente uma fala de Deleuze sobre Foucault: Robson Jacqué é um performer que procede por crises. Não acredito que um artista possa não ter crises, ele é sísmico demais. Sua produção não está envolvida simplesmente com um endereçamento, com a formação de um público ou o cumprimento de um prazo (com os fins da obra), mas antes de tudo ela urge nas inconformidades da vida. É elaborada em meio à desordem de um mundo transbordado, atravessa crises criativas para gerar uma existência indiscernível à obra de arte. E não seria o caso, agora, de falarmos de uma desobra de arte, na medida em que hoje a noção operativa já chega associada aos grandes monumentos, às rodovias e aos business buildings? ...ou arte e vida coincidindo num processo de individuação
A sobriedade com que Robson Jacqué – esse nome que nomeia uma Cia. – inventa possibilidades de vida, se apropriando de todos os destroços do ambiente ao redor para deles fazer uma extensão concreta do vestir- incorporar, um parangoplay, como bem se pode verouvir em CACOS NA PELE traços ressoantes com os conglomerados de Hélio Oiticica, é colaborativa para toda uma transformação ética/estética em curso. Pois que o artista, como poucos, reitera e atualiza com sua performance/instalação este axioma emergente: a revolução somos nós.
Tiago Cfer
FICHA TÉCNICA
Concepção e performance: Robson Jacqué Músico e performance: Rômulo Scarinni Sonoplastia: Akira Umeda
Iluminação: Bonny Ribeiro
Auxiliar de produção: William Prado
BREVE CURRÍCULO
Robson Jacqué
Coreógrafo/intérprete, performer e educador corporal. Seu trabalho propõe experiençiar a improvisação e a consciência corporal como um processo de pesquisa de movimento; preparação corporal para ator; direção de cena e criação de performance para diversos grupos artísticos desde 1989. Atua como solista e/ou em colaboração com outros artistas na Companhia Robson Jacqué. Com trabalhos realizados na Tailândia, Suíça e Brasil. Sua influência inclui Técnica do Movimento Consciente (Klauss Vianna), Método Laban, e estudos da dança contemporânea e teatro. Atualmente realiza preparação corporal e direção cênica para diversas companhias de teatro e dança do interior de São Paulo e é orientador de dança contemporânea da FCCR e em seu próprio espaço: Estúdio Corpo Cênico.
Rômulo Scarinni
Músico instrumentista e ator membro da Cia. Teatro do Rinoceronte e Teatro de Gravata.
Bonny Ribeiro
Ator, diretor, iluminador, assistente de direção e arte-educador. Integrante da companhia joseense Velhus Novatus
LEITURA DO SESC E LINK PARA COMPRA DO INGRESSO
Em Cacos na Pele, a Cia. Robson Jacqué realiza uma performance de dança e teatro, inspirada na própria vida do intérprete. Passando por vários espaços da unidade, Robson convida o público a refletir sobre o quanto somos sugados por situações fora de nossos controles e manipulados sem direito a defesa.
23/01 - Sábado - 20h00
Ingressos à venda: bit.ly/CacosnaPele
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