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Parade
FRANÇA/SUÉCIA, 1974, 84'.
06/08
TER
20H ÀS 21H30
Último filme da carreira de Jacques Tati, filmado em vídeo para a televisão da Suécia, trata-se mais de um documentário que de uma ficção, Tati personifica diversos personagens de circo, interagindo com a entusiasmada audiência de um espetáculo de circo.
(Foto: Divulgação)
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Apesar de ser contemporâneo a Nouvelle Vague , Tati seguiu outra direção no desenvolvimento de sua carreira, dedicando-se à comédia. Quando essa nova tendência começa a despontar, Tati, em 1958, lança Meu Tio, vencedor de melhor produção estrangeira no Oscar de 1959.
Homem moderno
A contemporaneidade de Tati pode ser percebida na abordagem crítica dos temas. O seu principal personagem, Sr. Hulot, lançado quando o diretor estava há mais de 20 anos em atividade, é considerado fruto da maturidade como cômico e observador da sociedade europeia dos anos de 1950 em diante. “No início da carreira criou o personagem do carteiro, presente em seus primeiros curtas e no longa Carrossel da Esperança”, diz Careimi. “Isso de alguma forma limitava seu poder criativo para cenas que envolvessem o passar do tempo, mas Hulot pode ser qualquer um de nós.”
É uma paródia do homem moderno. Cheio de coisas nas mãos, sempre agitado e apressado, com muitos compromissos e poucas realizações, sensível e ingênuo, desligado e desconcentrado. “Se estivesse vivo, Tati faria cenas incríveis com todos
os gadgets eletrônicos que carregamos conosco e com a forma como vivemos desconectados uns dos outros na multidão e ironicamente conectados em rede, com dezenas de amigos virtuais”, resume Pavan.
Outro exemplo da visão crítica é o filme O Mágico (Sylvian Chomet, 2010), baseado em roteiro inacabado de Tati. A história de um ilusionista alto, magro, que praticava sua arte em shows de magia para plateias quase inexistentes, requisitando uma sensibilidade aparentemente distante e sem espaço no contexto futuro que se moldava.
“No fundo, seus filmes, com sua ordem visual e geometria, provocam a reflexão sobre que ordem é essa”, observa Pavan. “Sua comédia é provocadora, forçando-nos a rever os conceitos de ordem, poder, hierarquia, lazer, trabalho, relacionamentos, espaço, identidade.”
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